sexta-feira, 1 de março de 2019

Spin Arthur Lula da Silva




A liberdade embora por poucas horas
A liberdade embora sob o manto de dor

....o país, que caminhava para ser uma potencia com democracia economica, a partir das jornadas de 2013 deu uma guinada na direção do obscurantismo e do atraso: a turma do anti-aprendizado tomou o poder através de um golpe de Estado....os deuses tiveram que conspirar para conceder Liberdade a Lula, mesmo que as custas de uma dor insuperável: enquanto isso os eunucos que divertem os reis nos palacios se divertem com a dor do outro



Lula chega a São Paulo e parte para o velório de Arthur


O avião em que Lula viajou desde Curitiba pousou às 8h31 no aeroporto de Congonhas; de lá, o ex-presidente partiu para São Bernardo do Campo, para  velório do neto, Arthur Lula da Silva, de sete anos, que nesta sexta (1) morreu vítima de meningite meningocócica;o velório está acontecendo no Cemitério Jardim das Colinas, onde o enterro acontece às 12h


A morbidez da elite brasileira, por Fernando Brito

Todo o escandaloso noticiário sobre a saída do ex-presidente Lula para assistir o enterro de seu neto Arthur é só uma prova da morbidez da elite brasileira.
É evidente que se trata de uma cerimônia da família onde, se alguma coisa houver, não terá partido de uma ação organizada ou muito menos comandada por Lula.
Mas eles tremem de medo só em pensar que Lula possa ser visto outra vez. Ou que fale a alguém, amigos ou repórteres.
Desta vez, ainda bem, não repetiram a indignidade ocorrida na morte do irmão mais velho de Lula, quando só houve autorização depois do enterro e, ainda, não para ir ao cemitério, mas para que o corpo fosse trazido até ele, num quartel.
Lula estaria podendo viver em paz pelo menos este momento de dor, mas a elite  e os bolsões fascistas só pensam nele, consumidos pela culpa por esta injustiça.
O filho de um presidente da República ir às redes vociferar contra o direito de um avô chorar o neto morto é das coisas mais abjetas que já vi, mas se explica pelo fato de que, se o ministro da Justiça de Bolsonaro não tivesse condenado Lula, o pai-capitão não seria presidente.
Neste momento, Lula precisa de paz. Qualquer outra coisa é desumana, e há já desumanidade demais no Brasil.



http://www.tijolaco.net/blog/o-minimo-que-lula-merece-e-ser-deixado-em-paz










Lula na prisão

por Luis Felipe Miguel

Vão se completar dez meses da prisão de Lula. Uma prisão motivada por perseguição política. Uma prisão que ocorreu sem que tenham sido apresentadas evidências dos crimes que a justificariam. Uma prisão determinada em desacordo com a Constituição e mantida por pressão militar. Uma prisão que está ligada à derrocada da democracia no Brasil. A prisão de Lula é um fio que liga o golpe de 2016 à vitória do bolsonarismo em 2018.
As circunstâncias da prisão de Lula e a estatura política do prisioneiro fazem com que a gente acompanhe, quase que diariamente, o que acontece em Curitiba. A rotina de privação, de humilhação. Um septuagenário afastado da família, dos amigos, do mundo. Impedido de ir ao enterro de pessoas próximas. Tendo que implorar para uma inimiga, para uma juíza que já demonstrou seguidas vezes sua má vontade e menosprezo pela justiça, o direito de dar o último adeus ao netinho.
Lula é um prisioneiro político. Lula não poderia estar preso, caso as leis vigentes no país fossem respeitadas. Lula é um refém daqueles que destroem a democracia no Brasil.Por tudo isso, a bandeira “Lula livre” é central para todos os que lutam por um Brasil mais justo.
Mas devemos pensar também que o drama que acompanhamos com relação a Lula é o drama de outros 700 mil brasileiros. Alguns são também inocentes, outros são culpados dos crimes que lhes são atribuídos. Alguns destes crimes são graves, outros nem tanto e há aqueles que nem deveriam ser considerados crimes. E estão todos presos – como Lula, mas em geral em condições ainda mais desumanas.
Se Lula sofre com o ódio e o pânico que nossa classe dominante lhe devota, esses outros todos sofrem com o desprezo e a negligência. O raciocínio maniqueísta e raso que é deliberadamente alimentado na nossa sociedade diz que, se estão presos, são bandidos; e, se são bandidos, não têm nenhum direito.
Mas são humanos. São seres humanos enjaulados. São retirados de nossas vistas e submetidos a um tratamento que nenhum, absolutamente nenhum ser humano deveria suportar.
Sei que é difícil pensar no fim da pena privativa de liberdade, em uma sociedade como a nossa – uma sociedade que empurra tantas pessoas para a brutalidade e a animalidade. Mas é preciso encarar de frente a realidade penitenciária do país. Abolir a prisão é um sonho que não está ao alcance da mão, mas é possível esvaziar as cadeias, reduzindo penas, facilitando progressões, estabelecendo punições alternativas, agilizando recursos. O contrário do que hoje é a voz dominante, mas essa voz dominante é outra faceta da brutalidade e da animalidade que permeiam nossa sociedade.
Lula na prisão tem um significado político imediato: a destruição do experimento democrático iniciado em 1988. Nossas prisões lotadas de jovens pretos pobres representam, por outro lado, os limites históricos deste experimento. Que a empatia que o drama de Lula produz em qualquer pessoa dotada de humanidade contribua para que pensemos também nessa imensa população carcerária.




A morte do inocente neto de Lula soltou os monstros do ódio, por Juan Arias, no El Pais

Cai sobre nossa consciência de adultos a infâmia de transformar em piadas baratas, em ironia e sarcasmo a dor de um avô pela perda de seu neto



Sabíamos que no Brasil majoritariamente solidário, sensível à dor alheia e que ama seus pequenos, existiam monstros de ódio. Confesso, no entanto, que ignorava que fossem tantos e com tanta carga de sadismo. Estão sendo revelados pelos comentários sórdidos e até blasfemos, já que invocam a Deus como motivo da morte de Arthur, de sete anos, neto inocente de Lula, condenado e preso por corrupção.


Uma criança ainda não teve tempo de conhecer a que abismos de cegueira tanto a política como a ideologia podem conduzir. E cai sobre nossa consciência de adultos a infâmia de transformar em piadas baratas, em ironia e sarcasmo nas redes sociais a dor de um avô pela perda de seu neto. Lula, mesmo condenado e na cadeia, não perdeu nem sua dignidade de pessoa nem seu pedaço de história positiva que deixa escrita neste país.

Aqueles que se alegram pela perda do neto de Lula, que seria o castigo de Deus por ter apoiado como presidente governos como o da Venezuela que hoje mata de fome suas crianças, como li aqui mesmo neste jornal, estão revelando a que ponto de cegueira e insensibilidade humana pode chegar o soberbo Homo sapiens.
Essa ausência de empatia e decência chegou a infectar até políticos com responsabilidade, como o filho do presidente Bolsonaro, o deputado federal Eduardo, que tudo o que soube escrever na Internet sobre a triste morte do neto de Lula é que este deveria estar "em uma prisão comum, como um prisioneiro comum", sem uma única palavra de piedade ou pelo menos de respeito por seu inimigo político. Como resposta, Fernando Lula Negrão escreveu que as palavras do filho do presidente "eram emblemáticas do caráter, da criação, dos complexos, da falta de misericórdia, dos ódios, das angústias e da falta de amor que é típica dos psicopatas, dos serial killers e dos covardes...” Um duro julgamento que, tenho certeza, tem o aplauso dos milhões de brasileiros que não perderam a capacidade de mostrar solidariedade com a dor dos outros.
E também Alexandre Braga, certamente outro dos milhões de brasileiros sãos, não envenenado pela ideologia, lhe respondeu com sensatez: "Perdeu a chance (Eduardo) de ficar calado. Lula já está acabado e preso. Respeite a dor do avô, basta desse ódio malvado e vamos pensar no Brasil".
Tentando lembrar tempos sombrios da História em que o ser humano chegou a se degradar a ponto de não só não respeitar a inocência da infância, como também fazer dela carne da infâmia, só me vieram à memória aqueles campos de concentração nazistas onde as crianças eram queimadas vivas porque "não serviam para trabalhar". Foi em um desses campos que um de seus dirigentes dedicava para a rega das flores de seu jardim a pouca água que havia, deixando as crianças morrerem de sede.
Para aqueles que como eu dedicaram tantos artigos a louvar o positivo da alma brasileira que tanto me ensinou e confortou nos momentos em que não é difícil perder a confiança no ser humano, ler os comentários sem alma, sem empatia, de ódio ou sarcasmo e até mesmo regozijando-se pela morte de um inocente, tão somente por ódio a Lula, seria preferível não ter vivido este dia.
Estou entre os jornalistas que criticaram na época o fato de Lula, que chegou com a esperança de renovar a política, ter acabado se contaminando pelos afagos dos poderosos e pela política fácil da corrupção. Hoje, porém, diante desses caminhões de lixo que as redes estão vomitando contra ele e até contra o neto inocente que perdeu, eu me atrevo a lhe pedir perdão em nome dos milhões de brasileiros que ainda não se venderam ao ódio fácil e ainda sabem manter sua dignidade perante o mistério da morte de um inocente.
Houve quem escrevesse que depois dos campos de concentração do nazismo não seria possível continuar acreditando em Deus. E depois desses ódios e insultos imundos despejados contra Lula por causa de sua dor por ter perdido o neto, é possível continuar acreditando no Brasil? O Brasil dos esgotos, que hoje manchou gratuitamente a alma de uma criança inocente, passará, como o nazismo passou. O outro Brasil, o anônimo, aquele que hoje ficou horrorizado vendo os monstros soltos desfilando nas redes sociais, o majoritário, acabará — ou será somente a minha esperança? — dominando os monstros que hoje nos assustam para assim abrir caminho aos anjos da paz.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/02/opinion/1551487708_675741.html?id_externo_rsoc=FB_CC&fbclid=IwAR1jKcV5dDeGUJ6VW5GtY64Y2mXWHz8YGoDbklI513tlD4E8IyS4RLRdr18

Impedir Lula de ir ao velório do neto seria tortura e política do chorume, por Leonardo Sakamoto

Arthur Lula da Silva, neto do ex-presidente Lula, morreu, nesta sexta (1), vítima de uma meningite meningocócica, aos sete anos. Após a informação ser veiculada pela imprensa, uma onda de chorume atingiu parte das redes sociais, celebrando o ocorrido ou exigindo que ele não fosse autorizado a ir ao velório e à cerimônia de cremação. Por trás de justificativas pseudo-jurídicas, havia ódio, desejo de vê-lo sofrer e política muito rasteira. O artigo 120 da Lei de Execução Penal permite que todos os condenados possam receber autorização para sair temporariamente da prisão em caso de falecimento de familiares. No dia 30 de janeiro, quando morreu seu irmão Genival Inácio da Silva,  [Lula fora impedido de despedir-se do seu ente familiar.]

(...)

Enquanto isso, produtores de chorume nas redes sociais esforçaram-se para repetir o mesmo que fizeram na morte de sua esposa, Marisa Letícia, em fevereiro de 2017, atuando para evitar que o público sentisse empatia com o ex-presidente e sua família. Parte desse chorume que circulou pelas redes sociais não foi produzido por psicopatas, mas por pessoas e grupos que sabiam muito bem o que estavam fazendo. Essas mensagens são conscientemente fabricadas e artificialmente bombadas para impedir a formação dessa empatia. E, com isso, evitar que o longo trabalho de desumanização feito contra o ex-presidente (que sofre um ódio muito maior do que seus defeitos ou crimes) se perca.


Não liberar Lula seria uma forma de tortura institucional. Assim como na última ditadura até hoje, a tortura é uma arma de disputa ideológica. Quando é necessário "quebrar" a pessoa, mentalmente e fisicamente, pelo que ela é, pelo que representa e pelo que defende, ela é utilizada. Pois não é apenas um ser humano que sofre a cada golpe psicológico ou físico. É também uma visão de mundo, uma ideia.

Para muita gente, há quem seja a representação do mal. E o mal precisa ser extirpado. Na superfície dessa afirmação, há ódio. Mas se escavarmos um pouquinho, descobriremos que, na origem desse ódio, há muito medo do outro. Deve ser horrível viver com medo todos os dias, não? 

Leia mais


https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/

Alexandre Padilha: O que é a meningite meningogocia, doença que levou a obito o neto de Lula

                                                      Arthur e sua prima aguardam em frente a sede da \PF a chance de verem o avô

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-e-a-meningite-meningococica-doenca-que-levou-a-obito-o-neto-de-lula/

Humberto Costa sobre manifestação de Eduardo Bolsonaro: um sociopata desqualificado à espera de tratamento

https://www.viomundo.com.br/politica/humberto-costa-sobre-manifestacao-de-eduardo-bolsonaro-um-sociopata-desqualificado-a-espera-de-tratamento.html


Querem matar Lula em vida, dizem senadores


A bancada de senadores do PT se solidarizou com o ex-presidente Lula pela perda do neto Arthur, de sete anos, e criticou a decisão da juíza Carolina Lebbos que impede Lula de manifestar, embora tenha permitido sua participação no velório; "Mesmo agora, nesse momento asfixiante de dor, o perseguem e o humilham. No seu breve momento de liberdade, Lula não poderá falar; não poderá ser filmado ou fotografado; não poderá sequer ser visto. Querem que desapareça. Parece que querem matá-lo em vida", dizem os congressistas; Arthur será velado a partir das 22h desta sexta em São Bernardo do Campo; cremação está prevista para o meio-dia de sábado

https://www.brasil247.com/pt/247/poder/385572/%E2%80%9CQuerem-matar-Lula-em-vida%E2%80%9D-dizem-senadores.htm



A sexta-feira de Cinzas. Por Luís Costa Pinto

Thiago de Mello, com poesia, decretou que “todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo”.
O destino, caprichoso, porém, transformou a sexta-feira numa quarta-feira cinzento, para muito além do céu tempestuoso que nos tem coberto.
O jornalista Luís Costa Pinto, no seu Facebook, com sabedoria, trouxe a trilha de música e esperança para este dia triste, justo com o povo alegre, como merece.
Esta sexta-feira de Carnaval se transformou, na alma da maioria dos brasileiros, numa tarde cinza daquelas que caem como um viaduto com o drama exposto de Lula e da família Silva.
A morte prematura do neto do ex-presidente já é em si uma tragédia, mas a sordidez inenarrável do vazamento da informação do óbito antes que todos os familiares soubessem da notícia, inclusive Lula, por parentes e pessoas de relaciomamento mais íntimo e próximo, confere ares de asquerosa vingança a essa trapaça do destino.
Lula nunca mereceu isso. Lula, seu neto, sua família, jamais merecerão o ódio e o recalque insano que uma minoria ruidosa e repugnante devota a eles.
A Marcha da Quarta-feira de Cinzas, na interpretação suave e doída de Vinícius, é a única trilha que vislumbro para esse triste entardecer. Mais triste pelo que diz do Brasil e dos brasieliros do que pelos ardis do viver e do morrer.
A letra, para quem não se lembra ou não conhecia:
Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas
foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há
http://www.tijolaco.net/blog/a-sexta-feira-de-cinzas-por-luis-costa-pinto/

Presidenta do PT relat choro de Lula após notícia da morte do neto


https://www.brasildefato.com.br/2019/03/01/presidenta-do-pt-relata-choro-de-lula-apos-noticia-da-morte-do-neto-muito-abatido/


Juiza teleguiada por Moro foi obrigada a deixar Lula velar o neto, por Eduardo Guimarães

"(...)

Apesar da pressão de Moro, porém, Carolina Lebbos foi OBRIGADA a permitir que o ex-presidente velasse o neto.  Não foi bondade alguma. Ela apenas não teve outra opção devido à decisão de Toffoli de permitir que o ex-presidente velasse o irmão morto. Se a decisão de Toffoli veio tarde na morte de Vavá, ao menos serviu na morte do neto Arthur.
Confira a matéria em vídeo


https://blogdacidadania.com.br/2019/03/teleguiada-de-moro-foi-obrigada-a-deixar-lula-velar-neto/


Morte do neto de Lula gera ondas de ódio e solidariedade


https://jornalggn.com.br/na-rede/redes-sociais-vira-espaco-para-apoios-e-satiras-por-morte-do-neto-de-lula/



"Ainda na carceragem da PF, o petista, que era muito ligado ao menino, chorou aos soluços ao ouvir o relato da boca do chefe da custódia. Com a foto de Arthur que mantém na cela nas mãos, o ex-presidente repetia que a morte da criança contrariava a lógica da vida. Aliados demonstraram profunda preocupação. Este, avaliam, é o golpe mais duro já sofrido por ele desde a prisão", informa a jornalista Daniela Lima, editora do Painel

https://www.brasil247.com/pt/247/poder/385575/Lula-desabou-ao-saber-da-morte-do-neto-Arthur.htm

POR ARNÓBIO ROCHA
A família estava lá, os filhos e netos, os irmãos do Lula, alguns amigos. No máximo, cem pessoas.
Havia também seis carros da PM e duas ambulâncias do Corpo de Bombeiros.
A Marlene, mãe do Arthur, veio me abraçar e disse: “Agora eu sei o que você sente”.
Eu perdi minha filha.
Sandro, o pai, estava abalado demais e muito aéreo. Falamos ali, rapidamente.
O ex-ministro Padilha medicou a família e alguns outros.
Havia comoção e preocupação com a chegada de Lula.
Os mais próximos, como Paulo Okamoto, não sabiam o que dizer ou fazer.
Fiquei até 3 da manhã me perguntando que ladrão foi Lula, cuja família vive de modo simples, humilde.
Policiais federais montavam guarda ali perto.
Um homem de 73 anos, menos de 1 e 70, rotundo, aspecto cansado pela lambadas da vida, faz os caras cagarem nas calças, com gestos nervosos e afoitos.
O aparato de guerra — viaturas, homens fortemente armados — era para um velho.
Que poder tem ele?
Nem a dor última, os onze meses de cárcere, fizeram diminuir o pavor provocado por esse sujeito que parece ter 5 metros.
Prendem-no, não deixam que o vejam — mesmo assim, eles têm pânico do que ele fará, ainda que não faça nada.
A ideia em que ele se transformou hoje é gigante, monstruosa, sobretudo para seus algozes.

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/eu-me-perguntava-no-velorio-diante-do-aparato-policial-por-que-esse-medo-do-lula-por-arnobio-rocha/

E por que não deixaram Lula ver Vavá? Xavier: Justiça brasileira e o STF afundam na lama com Bolsonaro

"(...)


Não há por que considerar “ato humanitário” excepcional a decisão que permitiu Lula dar o último adeus ao neto. Trata-se de um direito previsto na legislação: respeitá-lo deveria ser a praxe numa democracia de verdade.
O fato torna ainda mais escandalosa e discricionária a maneira como o Judiciário tratou o pedido de Lula para se despedir do seu irmão Vavá. As circunstâncias eram exatamente as mesmas. Os advogados expuseram os mesmos motivos levantados agora. Tudo dentro da lei formalmente em vigor no Brasil.
Viu-se, no entanto, um espetáculo dantesco naquele momento. Juizecos de instâncias inferiores vetaram a ida de Lula ao cemitério. Ignoraram o dispositivo que agora dizem respeitar e impediram o ex-presidente de viajar a São Bernardo. Os próprios números mostraram que milhares de outros presos tiveram e têm garantido esse direito. No caso de Lula, aprendizes de magistrados fabricaram restrições sob encomenda. Alegou-se de tudo, até que não havia transporte.
Tudo sob o olhar cúmplice do Supremo Tribunal Federal.

No episódio, o papel mais pérfido coube ao próprio presidente da corte. Ágil para conceder benefícios a criminosos graúdos, Dias Toffoli retardou ao máximo a decisão final. Ela só veio quando Vavá estava a minutos de ser enterrado. Uma peça de cinismo bem ao estilo dos togados brasileiros contra os adversários do poder.
(....)

O paralelo, por comparação, confirma o tamanho da perseguição à Lula. Tudo é feito sem escrúpulos. A ofensiva continua. Ainda outro dia, a defesa de Lula provou que a condenação sobre o sítio de Atibaia reproduzia literalmente trechos da sentença de Sérgio Criminoso Moro no caso do apartamento do Guarujá. Os juizecos nem se dão ao trabalho de ler os processos. Como se tivessem pronto há tempos um formulário condenatório padrão. Basta preencher com o nome de Lula.
Provas? Isso continua não vindo ao caso.
A atual ofensiva contra tucanos não deve iludir muito. Há décadas se conhece a roubalheira de cardeais do PSDB em São Paulo. Os processos, no entanto, nunca andaram no ritmo das falcatruas. Serra, Alckmin, Alô, alô AloysioPaulo Preto e tantos outros sempre tiveram licença para roubar nas barbas dos tribunais. Pivô do impeachment golpista contra Dilma Rousseff, o tucanato batia carteiras à vontade. Hoje, quando o partido está em destroços, perdeu muito da utilidade. Antes tarde do que nunca, pode-se pensar. Prefiro ver para crer.
O objetivo do momento é blindar a famiglia Bolsonaro para liquidar a aposentadoria. As evidências de malfeitos são tantas e tão solares que é difícil selecionar a mais grave. Já a disposição de engolir qualquer mentira parece não ter mudado. As desculpas esfarrapadas proliferam para esconder o latifúndio de laranjais do PSL. O depoimento  de Fabrício Queiroz, braço direito do “01” Flávio Bolsonaro, supõe que os brasileiros não passam de idiotas.
Não é bem assim, mas dessa Justiça nativa tudo se pode esperar.
(...)"


https://www.conversaafiada.com.br/politica/e-por-que-nao-deixaram-lula-ver-vava1

Policial que escoltou Lula com metralhadora usa símbolos da policia dos EUA





O policial que escoltou Lula na ida e na volta do cemitério com uma metralhadora neste sábado 2, quando o ex-presidente se despediu do neto Arthur, que morreu vítima de meningite, usava o símbolo da polícia dos EUA em seu uniforme; "Miami Police - S.W.A.T.", diz o escudo em seu peito; a foto que mostra Lula, preso sem provas e com o sofrimento no olhar, escoltado por homens fortemente armados, já revelou o Brasil que hoje envergonha a civilização

O brasão pode significar que o policial fora treinado ou tenha feito algum curso nos Estados Unidos. São em casos como esses que o agente ganha o símbolo para inserir em seu uniforme.
A foto que mostra Lula, preso sem provas e com o sofrimento no olhar após se despedir do neto, escoltado por homens fortemente armados, já revelou o Brasil que hoje envergonha a civilização. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também comentou o fato nas redes sociais: 
A foto que mostra Lula, preso sem provas e com o sofrimento no olhar após se despedir do neto, escoltado por homens fortemente armados, já revelou o Brasil que hoje envergonha a civilização. O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) também comentou o fato nas redes sociais: