quinta-feira, 26 de abril de 2018

Roberto Rosselini, spin cineasta

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Cineasta italiano, foi um dos nomes mais importantes do cinema neo-realista. Nasceu em Roma, Itália, em 1906. Interessou-se por cinema influenciado pelo avô, que era proprietário de uma casa de espetáculos. Após realizar curtas-metragens amadores, começa como assistente de direção. Trabalha como supervisor de diversos filmes, como L'Invasore (1943), de Nino Giannini, antes de fazer Roma, Cidade Aberta (1945), um clássico do neo-realismo, cujas maiores inovações residem na busca de uma linguagem direta com um baixo custo de produção, na adoção de uma temática social e na utilização de atores não-profissionais, entre as quais Ana Magnani, com quem era casado nesta ocasião. Realizado durante a II Guerra Mundial (1939-1945), Roma, Cidade Aberta situa de forma dramática a luta da resistência italiana contra a ocupação nazista.
Em 1946 Rossellini realizou Paisá, tido como a obra-prima do cinema neo-realista. Na sua filmografia ainda merecem destaque Alemanha, Ano Zero (1947) e Stromboli (1949). Na década de 1950, teve um romance turbulento com a atriz Ingrid Bergman, do qual nasceu a também atriz Isabella Rossellini. Além de ter dirigido outros filmes, realizou trabalhos para a televisão educativa.
Faleceu em Roma em 1977.

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/biografias/roberto_rosselini

Nota do Spin Memorial

Link para a imagem que ilustra o post

https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Rossellini

E isso

Descartes, por Rosselini

Nelson Pereira dos Santos

Bretz Filmes/Divulgação

Nelson Pereira dos Santos, por  Oscar D'Ambrosio

O diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos faleceu, aos 89 anos, no último sábado, 21 de abril, Dia de Tiradentes, no Rio de Janeiro. Precursor do Cinema Novo, fez, pelo menos, um filme imortal, 'Vidas Secas' (1963), uma aula de como levar uma obra literária ímpar para uma linguagem cinematográfica densa e pungente.
Nascido em 1928, em São Paulo, SP, atuou também como diretor, produtor, roteirista, montador, ator e professor. Primeiro cineasta a integrar a Academia Brasileira de Letras, transformou em filme outro livro inesquecível de Graciliano Ramos, 'Memórias do Cárcere' (1984), numa atuação magistral do ator Carlos Vereza.
Trabalhou também com obras de Jorge Amado, como 'Tenda dos Milagres' (1975/6) e 'Jubiabá' (1987). E como esquecer do poético 'A Terceira Margem do Rio' (1994), talvez o melhor conto de Guimarães Rosa! E fez ainda 'Raízes Do Brasil - Uma Cinebiografia de Sergio Buarque de Hollanda (2003), importante jornada para tentar entender o Brasil. Nessa pincelada por seus trabalhos, duas imagens são eternas: a do sertanejo Fabiano matando a cadelinha Baleia em 'Vidas Secas', seguramente uma das melhores cenas (e por que não a melhor?) já filmadas no cinema nacional; e, em 'Memórias do Cárcere', a dos presos auxiliando Graciliano a levar para fora da cadeia seu texto biográfico.
Saudades, mestre Nelson!
Suas imagens eternas te mantém vivo!
O autor é mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp e doutor em Educação, Arte e História da Cultura.

Mostra homenageia Nelson Pereira dos Santos com exibição de 30 filmes

por Redação RBA publicado 11/02/2017 

'Simplesmente Nelson' reúne praticamente todas as obras do cineasta além de filmes nos quais ele participa como editor, produtor ou assistente e ainda documentários que retratam sua vida e arte.

Não há como tratar sobre a história do cinema nacional sem falar sobre o cineasta paulista Nelson Pereira do Santos, precursor do Cinema Novo e um dos mais respeitados diretores brasileiros de todos os tempos. Prestes a completar 90 anos de vida e 69 de carreira, ele recebe uma homenagem em forma de mostra, que exibe até 22 de fevereiro 30 filmes na Caixa Cultural São Paulo. Simplesmente Nelson também conta com sessão comentada e masterclass. Segundo os organizadores, esta pretende ser a mais completa mostra já realizada sobre o cineasta.

Nelson Pereira dos Santos, spin cineasta

Nelson Pereira dos Santos, por  Oscar D'Ambrosio

O diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos faleceu, aos 89 anos, no último sábado, 21 de abril, Dia de Tiradentes, no Rio de Janeiro. Precursor do Cinema Novo, fez, pelo menos, um filme imortal, 'Vidas Secas' (1963), uma aula de como levar uma obra literária ímpar para uma linguagem cinematográfica densa e pungente.
Nascido em 1928, em São Paulo, SP, atuou também como diretor, produtor, roteirista, montador, ator e professor. Primeiro cineasta a integrar a Academia Brasileira de Letras, transformou em filme outro livro inesquecível de Graciliano Ramos, 'Memórias do Cárcere' (1984), numa atuação magistral do ator Carlos Vereza.
Trabalhou também com obras de Jorge Amado, como 'Tenda dos Milagres' (1975/6) e 'Jubiabá' (1987). E como esquecer do poético 'A Terceira Margem do Rio' (1994), talvez o melhor conto de Guimarães Rosa! E fez ainda 'Raízes Do Brasil - Uma Cinebiografia de Sergio Buarque de Hollanda (2003), importante jornada para tentar entender o Brasil. Nessa pincelada por seus trabalhos, duas imagens são eternas: a do sertanejo Fabiano matando a cadelinha Baleia em 'Vidas Secas', seguramente uma das melhores cenas (e por que não a melhor?) já filmadas no cinema nacional; e, em 'Memórias do Cárcere', a dos presos auxiliando Graciliano a levar para fora da cadeia seu texto biográfico.
Saudades, mestre Nelson!
Suas imagens eternas te mantém vivo!
O autor é mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp e doutor em Educação, Arte e História da Cultura.

domingo, 22 de abril de 2018

Marcus "Matraga" Vinicius, spin professor


Ele era amigo da minha amiga Deusdet do Carmo Matins in memoriam





Wilson Senne

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A hora e vez do prof. Marcus Matraga

Nunca vi alguém se identificar tanto com um personagem de Guimarães Rosa a ponto de reclamar para si o apelido: Matraga. Tanto mais por não se tratar de um herói invejável, ao contrário, o Matraga de Rosa é vítima de uma emboscada, no início do conto, e morre de tiro, ao final.

Mas as coincidências param por aí: o personagem Augusto Matraga morreu num duelo em praça pública e cercado por testemunhas, enquanto o prof. Marcus Matraga foi vítima de um tiro na nuca numa estrada deserta, com tudo indicando um covarde crime de mando, sob circunstâncias que ainda estão sendo investigadas (tomara!).

Não se sabe ainda se o assassinato teve motivações políticas; comentou-se desde logo que o prof. Vinicius pudesse estar envolvido como mediador em conflito de terras indígenas. Mas, banalizada como anda a criminalidade, também pode ter sido vitimado por muito menos. De todo modo, a possibilidade de uma tal motivação política, em se tratando do prof. Matraga, tem toda procedência e precisa ser investigada.

Desde que o conheci, logo que chegou na Bahia, em 1990, o prof. Vinicius apresentou-se como alguém que, se tinha pouca bagagem acadêmica (ele ainda estava inscrevendo-se no mestrado), já acumulava, em compensação, um bocado de experiência com a militância política, com forte envolvimento com a reforma sanitária e a luta antimanicomial. Mesmo depois, enquanto consolidou carreira acadêmica com dedicação exclusiva, Vinicius nunca deixou de se vincular intensamente com um "lado de fora" político-institucional e relativo às práticas profissionais da psicologia - com destaque para sua participação nos Conselhos da categoria e junto ao Ministério da Saúde.

Esta foi, creio, sua principal contribuição para a formação em psicologia: a ligação visceral com os temas e problemas do presente histórico, o sentido de um "compromisso" com o social inseparável da atividade crítica, ou melhor, da praxis de uma crítico-clínica - exercício de uma reflexão que era também engajamento político e luta. Além de dezenas de publicações acadêmicas, o prof. Matraga deixou registro ainda mais extenso de sua presença em congressos, seminários, encontros... Falar aos quatro ventos era com ele mesmo. Lembro do prof. Matraga ao microfone em cima de um caminhão de som, em manhã de domingo, liderando uma passeata do Orgulho Louco a caminho do Farol da Barra... Seu ativismo também não dispensava o uso das redes sociais, com média de várias participações diárias durante anos, sobre os assuntos de interesse geral com os quais desde sempre se envolveu " desigualdade social, políticas públicas, direitos humanos, reforma psiquiátrica, saúde mental, clínica psicossocial...

sábado, 21 de abril de 2018

Deusdet do Carmo Martins, spin psicóloga




O nome de Deusdet.....a lembrança que eu tenho dela: quando eu estava assim meio fora do mundo ordinário, ela em silencio mas me olhando assim de forma discreta como quem dissesse: tudo bem, estamos aqui...

Por isso o nome de Deusdet do Carmo Martins passa a integrar esse memorial...me lembro da sua presença....sempre prá cima... uma preta arretada.....de luta... sempre presente na luta em defesa dos direitos dos excluidos....dias atrás, numa oficina de narrativas promovida pela UBE-GO aqui perto de casa, uma pessoa que a conhecia me falou que ela havia falecido...
Ontem, no V Festival de Cinema Sem Fronteira, o spin cineasta Lourival Belém, ao falar de seu filme que havia acabado de ser exibido, falou da luta antimonicomial, então pensei que ele poderia ter conhecido D=Deusdet do Carmo Martins. 
Já do lado de fora da sala de exibição do Cine Lumiere, no Banana Shopping, conversando com ele, o mesmo me disse que havia conhecido Deusdet, que ela havia sido para ele uma espécie de mãe...
E pensei comigo: uma Mãe Preta...carinhosa...mãe...